sexta-feira, 31 de julho de 2015

A PARCERIA E O PERDÃO

                     Solange Gardesanï Luz





Vou compartilhar com vocês o depoimento de minha cliente que por questões éticas terá um nome fictício, Linda. Antes irei comentar um pouco do histórico de Linda, com sua autorização, é claro.

Linda veio me procurar porque estava com algumas dificuldades em seu trabalho, ela está em uma grande organização já há uns três anos e meio, possui uma função gerencial e vários pares. A dificuldade de Linda estava com seus pares gerentes, ela havia criado um projeto que poderia desenvolver sozinha, mas achou mais interessante e rico agregar outros profissionais e foi aí que ela sentiu algumas dificuldades.

No início estava muito empolgada com seu novo projeto, poderia por em prática alguns novos conhecimentos assimilados em seu MBA feito parte nos E.U.A  e parte na Inglaterra.

Pensou na linha mestra do projeto como planejamento, objetivos, metas, benefícios e resultados. Então começou a compartilhar e a convidar alguns colegas para participarem do projeto e então veio à surpresa.

 Primeiro colega, bom profissional, com um bom inter-relacionamento, achou interessante, logo de início já quis mudar a proposta do projeto, focando um resultado mais direcionado para ele e também ficou com certo ar de desconfiança quando ela comentou que as sugestões seriam bem vindas, mas não seria possível mudar a proposta do projeto. A desconfiança dele me lembrou até um texto que uma amiga me mandou sobre parcerias que dizia mais ou menos assim “que às vezes as pessoas convidam outras para parcerias, mais para ter alguém que ajude no trabalho, no desenvolvimento, resultados, alguém que seja um facilitador e não de fato um parceiro” (interessante colocação, porém faltam outros enfoques mais profundos sobre o tema).    

Linda ficou surpresa que logo no seu primeiro convite houvesse uma postura e colocações tão diferentes de sua expectativa, porém não desistiu conversou com um segundo colega.

Segundo colega achou a ideia ótima, um pouco trabalhosa, porém ele estava sem “tempo” para colaborar em um novo projeto, se colocou a disposição cortesmente.

Linda percebeu que seu colega gostou muito da ideia, mas não estava muito disposto ao trabalho, afinal era um projeto novo e como tal haveria muito trabalho pela frente. Foi sincero e gentil, mas até agora nenhum parceiro. E foi para mais uma tentativa e conversou com mais uma colega.

A terceira colega ouviu a proposta, gostou da ideia, teceu comentários e fez sugestões que modificavam as linhas mestras do projeto, resultados, onde a maior beneficiada seria a colega, não outros parceiros e a organização.

Linda mais uma vez ficou surpresa e decepcionada com a postura de seus pares, ela desabafou: “Criei o projeto com a intenção de agregar resultados em nossa área e organização, porém a sensação que tenho é que ninguém de fato quer ter trabalho, dividir tarefas e glórias pelo resultado. Todo mundo só pensa em si, nada de pares e/ou organização, cansei de pessoas que só querem as luzes dos refletores, o brilho e nada de por a mão na massa, como diria meu avô.”.

Linda continua “cansei de gente hipócrita com uma pseudo aparência de: centrada, amiga e cheias de discursos.” Ela estava mesmo brava, ou melhor, uma mistura de tristeza, decepção e raiva.

Conversamos, perguntei para ela se o projeto era bom mesmo, disse que sim, comentou mais detalhadamente sobre ele e como isto beneficiaria sua área e a organização.

Depois perguntei o que a fez buscar as parcerias, já que poderia conduzir tranquilamente o projeto, me disse que mais cabeças pensantes agregam, poderia fazer modificações, aprimoramento e melhoria de resultados. Também haveria mais facilidade, pois, o trabalho seria dividido como o resultado também.

Comentei que os colegas também tinham suas prioridades e poderia ver a parceria com dois enfoques, o primeiro que seria simplesmente uma mão de obra para seu projeto onde ela, Linda receberia todo o reconhecimento, o segundo é que eles perceberam o projeto como uma grande chance de se destacarem, terem sucesso por isto às sugestões acabaram sendo não para aprimorar o projeto, mas sim para terem mais destaque, afinal nenhum deles havia convidado Linda para seus projetos e nem comentavam muito com ela.

E fomos conversando sobre as projeções dela nos colegas, sua própria insegurança e até a necessidade de dividir o trabalho. Olhamos a situação sobre vários prismas e o olhar sobre a situação começou a mudar. Deu para entender o campo energético atuando.

Usamos algumas técnicas e aí vem o depoimento de Linda sobre nossos exercícios com Perdão que comentei no início do texto:

“Como estou fora do país não queria esperar até nosso próximo encontro para contar sobre os milagres dos exercícios de Perdão. É lógico que o início foi muito difícil não estar triste, irritada, com raiva mesmo, mas fiz como você pediu, insistiu o que foi ótimo, os sentimentos que me deixavam em desequilíbrio foram desaparecendo, até eu sentir um grande vazio, mas era um vazio, leve, muito leve. Foi quando tive a ideia de apresentar o meu projeto ao meu diretor que para minha surpresa, gostou muito e pediu para inicia-lo sem perda de tempo, era como estivesse esperando por ele, que teria seu apoio e traríamos novas e grandes oportunidades para nossa organização. Agora o projeto está em andamento sob minha coordenação e tendo muitos colegas querendo participar inclusive os três que geram todo o nosso trabalho e meu encontro com o Perdão. Estou feliz, pois o projeto é bom, começa a dar bons frutos e o melhor foi o que aprendi que quando exercitamos o Perdão: liberamos e transmutamos as conexões que só nos atrapalham. Vou indo, pois tenho uma reunião e tão logo chegue a São Paulo nos veremos obrigada por tudo!”

Quis compartilhar com vocês, pois o que aconteceu com Linda acontece com muitos de nós em nossas diversas parcerias pela vida. Lembrando o Perdão é sempre um grande instrumento para manifestarmos uma nova realidade.   



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