Amigo?! Será?

      Solange Gardesanï Luz

Estava em atendimento quando o cliente me trouxe a questão sobre um amigo que compartilho com vocês.

Assim começou ele:

“Sabe, às vezes me canso de alguns amigos e amigas, pessoas do tipo que ligam pra você somente para:

1. Reclamar
2. Xingar alguém por tabela, é quando a pessoa não tem coragem de falar cara-a-cara e liga para você e despeja uma quantidade de frases terríveis.
3. Eu quero desligar, mas em nenhum momento a pessoa pára de falar.
4. O pior, ela não escuta, é só um monólogo com uma lixeira (desculpe-me, mas parece que a pessoa só quer vomitar tudo de ruim e se sentir leve).
5. E ainda diz depois de mais de 30 minutos, no mínimo, que está se sentindo mais leve, que é tão bom falar comigo...
6. Tem mais uma coisa: quando você sugere uma terapia, um médico, um orientador espiritual se acha mais elevado e com conhecimento maior que todos eles”.

Aí sugeri uma reflexão: muitas pessoas agiam assim com ele?

Ele me respondeu que algumas poucas.

Outra questão, como você estava quando a pessoa ligou e como ficou depois?

Ele considerava aquela pessoa amiga mesmo? Ou só queria ser bonzinho?

Então, fomos conversando e refletindo...

Comentei com ele o que a Mestra Tae comentou sobre amigos em um de seus livros. Ela nos diz para termos atenção ao nosso entorno, em nossas relações e amigos. Pede para termos atenção se há pessoas em nossa volta que só reclamam, criticam, culpam, estão sempre vendo uma nuvem cinzenta e toda qualquer ideia boa que você tenha sempre acaba pondo empecilho. Fique atento, esta pessoa não é sua amiga, preste atenção: como você fica quando termina um encontro ou uma conversa com ela? Essas pessoas não precisamos ter ao nosso lado, pois só nos envolveram em uma sintonia energética negativa e nos deixam mal.

Mas, também temos à nossa volta pessoas otimistas que nos colocam para cima, que nos criticam de maneira construtiva para melhorarmos sempre, estimulam, orientam ou apenas estão ao nosso lado quando necessitamos de um amigo, este amigo deve-se ter sempre por perto.

Agora pedi a ele que se lembrasse de amigos AMIGOS, ele sorriu e comentou de alguns, continuei e falei de outros amigos que aparecem até sem nos conhecer, como o autor de um livro que você está lendo e cai como uma luva o conteúdo para o seu momento; como num filme que você assiste, um bom dia sincero na porta do elevador que cai como um bálsamo, aquele cafezinho compartilhando um bom papo, mais e mais...

Mas a reflexão continua...

...Sabemos que acolher as pessoas quando necessitam com compaixão é fundamental sempre, mas temos que discernir sobre os relacionamentos que não nos ajudam e nós acabamos não ajudando também aos que nos ligaram, ficamos irritados, nervosos e em desarmonia (emanamos esta energia a quem nos ligou).

Continuei:

Vamos pensar como ajudar sem entrar na energia negativa, vamos mudar de assunto, falar de algo em que a pessoa estava bem e peça para ela lembrar daquela situação positiva isto ajudará a mudar o foco, mas se mesmo assim você perceber que não há mudança despeça-se da pessoa com educação e carinho desligando em seguida.

Na seqüência, eleve seu pensamento em suas conexões, trabalhe sua respiração a seu favor, preste atenção somente na respiração e você vai perceber que está ficando mais tranqüilo; em seguida, faça uma prece, um mantra ou simplesmente emane harmonia para a pessoa.

E fizemos isto para a pessoa que ele comentou no início do atendimento, disse a ele para ir pensando e sentindo como se estivesse na ligação, sentiu-se irritado e muito incomodado. Pedi, então, para ele visualizar um momento divertido e agradável com a pessoa e respirasse esta sensação várias vezes, até eu perceber por seus movimentos corporais que estava bem; na seqüência, solicitei que ele compartilhasse seu bem-estar com a pessoa do telefonema. Ele pensou, sorriu e me disse “é incrível, estou outro”, mas esta pessoa realmente não é amiga, mas agora não estou mais em sua sintonia”.

Foi realmente transformadora nossa conversa, ele voltou para outros atendimentos, mas esta questão não mais o incomodava e, quando surgia algo semelhante, ele usava a técnica e conseguia ficar bem e com mais discernimento.

E para terminar, desejo usar uma frase de Sai Baba "Se há dor não é amor". Fiquemos todos atentos em nossas relações para não entrarmos em dramas de controle, disputa de poder. Quando todas as nossas relações se tornarem amorosas aí com certeza não haverá mais dor.